Ele salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo! Vamos ver o Messias, o Rei de Israel, descer agora da cruz e então creremos nele! Marcos 15.31b-32a
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A crucificação, Simon Vouet, 1622 |
Nós podemos desenvolver todas as teorias jurídicas sobre todo o processo sem jamais sermos tocados pelo seu poder. Podemos também o estimar o valor do simbolismo dela, podemos nos comover com o sofrimento sacrificial de um homem que deu a sua vida por causa do seu amor para com os seus amigos. Nós podemos fazer tudo isso e não entender a implicações cósmicas daquilo que aconteceu lá no Gólgota.
Nós cristão pregamos tanto sobre a cruz, a maioria dos hinos dos nossos cancioneiros fazem alusão a ela, para no fim experimentarmos tão pouco dela. Apenas uma intimidade inconstante. Espanta-nos ver o quão pouco atentamos para o sacrifício e a agonia cruel daquela cruz de madeira rústica. O que nós fazemos ao colocar cruzes caras e requintadas em cima e dentro de nossas igrejas não é mais do que disfarçar a nossa falta de amor humilde que demonstrado nela pelo Senhor dos evangelhos. Até somos exigente na quanto à origem e ao esmero da sua fabricação, e está certo, tem que ser assim mesmo, mas nos esquecemos de tomá-la para nós.
Foi feita uma pesquisa nas igrejas evangélicas sobre o significado da cruz, para saber que diferença faz a cruz na vida do cristão. O propósito era saber qual o seu significado para cada um de nós. Então foram feitas as seguintes perguntas: Teria feito alguma diferença no jeito que você vive se Cristo não tivesse morrido na cruz? Quarenta e cinco por cento reponderam que não, que não faria diferença alguma. Isso entre os crentes. Vinte e cinco por cento disseram que sim, mas não sabiam dizer que diferença era essa, nem na prática e nem na teoria. Sabiam que fazia alguma diferença, só não sabiam que diferença era essa. Vinte por cento responderam que fazia toda a diferença, tanto na vida que eles creem quanto na vida que eles vivem. Os dez por cento restantes nem entenderam direito a pergunta. Como nós teríamos respondido essa pergunta? Faria alguma diferença para nós se Cristo não tivesse morrido na cruz? Entendemos que aquela morte é a base da nossa segurança e esperança? Sentimos que estamos de fato perdoados por Deus e que somos um povo que perdoa? Somos aquele povo que experimentou tanto o perdão de Deus que está sempre pronto a perdoar os outros e a nós mesmos? A cruz tem nos libertado das tentativas de autojustificação? Libertado das desculpas esfarrapadas? Já compreendemos que a cruz é somente uma mensagem de fé e sim o mandamento do nosso estilo de vida? Muitos de nós teríamos que responder dizendo: Depois de ler tanto, depois de ouvir tanto e depois de cantar tanto sobre a cruz vejo que o seu real significado me tem escapado. Mas honestamente gostaríamos de responder com outra pergunta: Como pode a morte de um homem que aconteceu há tantos anos no passado pode ser o fundamento de uma vida nova para mim?
O ponto crucial é o seguinte: Quem de fato foi aquele homem que morreu na cruz? Ele era mesmo o Messias? Foi ele de fato o Filho de Deus? Essa era a questão do evangelista Marcos, que escreveu todo um evangelho afirmando que Jesus foi à cruz para cumprir a expectativa que o profeta Isaías tinha com relação ao Messias prometido: Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Is 53.4s)
Depois da ressurreição os discípulos, as Marias e toda a igreja primitiva olhavam para cruz e realmente compreendia aquilo que Jesus tinha tentado comunicar em todo o seu ministério. Jesus foi à cruz como sacrifício que Deus fez pelos pecados do mundo. Então agora eles podiam pegar o Primeiro Testamento e ler de novo as palavras do profeta Isaías, colocando o nome de Jesus no lugar dos pronomes, e eles liam assim: Certamente, Jesus tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Jesus foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Jesus, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (continua)
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