Rev Nilton Garcia, esposa Ivani, filhos, noras e netos, 2009 |
Quando aconteceu a tragédia que assolou a Região Serrana há dois anos, matando quase mil pessoas em Nova Friburgo , onde moro, eu estava no Rio, convalescendo de uma cirurgia. Sem qualquer possibilidade de comunicação e aflito para ter notícias dos amigos e
irmãos, foi grande a minha preocupação; mas um casal era o motivo maior da minha aflição: o Rev. Nilton de Oliveira Garcia e sua esposa Ivani. A casa deles fica numa região que foi bastante atingida, eles moravam sozinhos, o pastor já estava com 80 anos e com sua saúde bem prejudicada pelo diabetes. Procurei então saber notícias deles pelo seu filho, Ricardo Wesley, mas ele também não tinha nenhuma informação e já estava se dirigindo para lá.
irmãos, foi grande a minha preocupação; mas um casal era o motivo maior da minha aflição: o Rev. Nilton de Oliveira Garcia e sua esposa Ivani. A casa deles fica numa região que foi bastante atingida, eles moravam sozinhos, o pastor já estava com 80 anos e com sua saúde bem prejudicada pelo diabetes. Procurei então saber notícias deles pelo seu filho, Ricardo Wesley, mas ele também não tinha nenhuma informação e já estava se dirigindo para lá.
Quando finalmente recebi uma notícia, ela foi a mais inesperada possível: o casal estava bem e o pastor, aos 80 anos, se juntou ao grupo de resgate e estava recolhendo corpos e salvando vidas. Assim era o pastor Nilton Garcia, para quem a aposentadoria não significava o fim de um ministério tão produtivo.
Tão logo se aposentou, atendeu a um apelo do saudoso Rev. Ermil para colocar em ordem os livros da tesouraria da Igreja Central de Nova Friburgo. Depois, a meu pedido, que havia assumido a coordenação do MAAD, continuou na função, pois a tesoureira, embora dedicada, não estava apta para o cargo. Era muito zeloso com as coisas do Senhor e muito exigente também. Quando pessoas descuidadas, que não se preocupavam em pedir a nota fiscal das despesas que faziam, vinham pedir o reembolso sem trazer o comprovante o pastor, então, exigia que voltassem à loja para pedir a nota fiscal e depois viessem para serem reembolsadas. Essas pessoas não estavam satisfeitas com o pastor naquela função, e na primeira oportunidade o afastaram. Consequentemente, fui afastado também.
Fora isso, algumas práticas que vinham sendo implantadas nos cultos, que nada tinham a ver com a doutrina metodista, foram o motivo que nos fez decidir: o pastor, Ivani e eu, a deixar de frequentar a Igreja Metodista. Eles passaram então a frequentar a Igreja Luterana, onde o culto tinha uma liturgia mais parecida com a da nossa Igreja, a Igreja que herdamos de nossos pais. O pastor luterano logo viu que ali estava um servo do Senhor que tinha muito a oferecer e, para começar, pediu que ao término dos cultos dominicais ele fizesse a oração final e desse a bênção. O coral estava sendo formado, havia deficiência de baixos e o regente pode contar com a bonita voz do pastor Nilton. Certa vez, nos encontramos na rua e ele me falou cheio de entusiasmo: “Domingo passado eu preguei na Igreja Luterana”.
Trabalhou até o fim de seus dias; no sábado anterior ao seu falecimento foi o responsável pela mensagem num culto de bodas de ouro. Um casal luterano convidou um pastor metodista para pregar no culto de suas bodas de ouro, enquanto na sua Igreja Metodista, a primeira igreja que pastoreou e que tanto amava, ele não podia trabalhar!
Tenho muita gratidão ao Rev. Nilton Garcia por toda ajuda que me deu enquanto estive na coordenação do MAAD e tenho profunda admiração pelo exemplo de cristão e de servo, que mesmo depois de um longo pastoreio, ao se aposentar, continuou o seu trabalho porque sabia que “Os dons que Deus nos dá são irrevogáveis”.
Rev. Nilton de Oliveira Garcia, um Heroi da Fé!
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