O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça. Salmo 92,12-15
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Salmo 92, Melani Pyke em 2010 |
Não sei que já teve a experiência de visitar uma igreja em dois momentos distintos. O primeiro, quando está sendo celebrado um casamento, repleta de homens elegantes, mulheres lindíssimas e de um glamour total. O segundo instante é no seu dia a dia, com as pessoas daquela comunidade. Posso dizer com convicção que, do alto do púlpito, a segunda visão é muito mais inspiradora e infinitamente mais bela. Uma é de um jardim bonito, elegante, fino, mas artificial. O outro é o jardim plantado pelas próprias mãos de Deus, e esse é insuperável.
Eu queria falar rapidamente das características das árvores plantadas nesse jardim, ressaltadas pelo salmista.
A retidão da palmeira. Excetuando algumas exceções, como o Gogó da Ema, em Maceió, a palmeira cresce sempre reta, e retidão em todos os aspectos da vida é uma característica facilmente encontrada naquele que foi realmente plantado por Deus em seu jardim. Para ele não tem meio termos e nem jeitinho brasileiro. A justiça é o seu ideal de vida. Seu caminho é para o alto, para as coisas mais elevadas. Colocado em uma posição estratégica ilumina todos à sua volta.
A firmeza do cedro. As árvores plantadas na Casa de Deus não se abalam com qualquer vendaval. Não são os planos do governo, as medidas econômicas ou mesmo a instabilidade social que as fazem perder o sono. Resistem bem às tempestades naturais e artificiais, como também não se deixam levar por qualquer tendência, principalmente pelos atuais ventos de doutrina. Eles são como os de Bereia, vão às Escrituras para verificar se o que está sendo pregado está de acordo com o que elas dizem.
O vigor na velhice. Quando eu vejo os mais idosos que eu da igreja me bate uma séria dúvida quanto á profundidade das minhas raízes. Que disposição! Que pioneirismo! Que fé! Parece que o tempo, que derruba tantos ídolos da beleza universal, não tem poder algum sobre essas árvores. Não sei quanto à expectativa de vida da população brasileira, mas os velhos da igreja estão vivendo mais e com mais disposição.
Mas tudo tem um propósito bem definido: estas coisas anunciam o quanto Deus é bom e o quanto o seu amor é benéfico aos que se permitem ser amados por ele. O quanto a segurança da fé em um Deus verdadeiro transforma os obstáculos provocados pelos infortúnios comuns da vida humana em uma escada que aponta para a realização pessoal.
Coelho Neto compôs um soneto que retrata bem a beleza e valor das árvores antigas e o quanto elas se sobrepujam às mais novas, embora a modernidade se vire do avesso, para inútilmente tentar provar o contrario.
VELHAS ÁRVORES
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
... E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
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